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Realidade Virtual e Treinamentos em Emergências

Veja algumas novidades e tendências do setor, e como a tecnologia tem contribuído para os treinamentos em brigadas de emergências

Como alguns amigos sabem, no início do ano concluí o mestrado em Engenharia de Produção pela UFPE. 

Na linha de pesquisa de Confiabilidade e Riscos em Sistema de Produção, meu trabalho intitulado “Realidade Virtual como Ferramenta de Treinamento para Brigada de Emergência de uma Refinaria“. 

O objetivo principal é criar um ambiente virtual capaz de reproduzir a realidade com intuito de complementar e melhorar os treinamentos oferecidos à brigada de emergência de uma refinaria.

 Você pode acessar esse trabalho clicando aqui e entrando com seu e-mail.

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Mas o que seria a Realidade Virtual? 

A Realidade Virtual (RV) pode ser definida como uma simulação computacional interativa, que monitora o estado e as atividades do usuário, substituindo ou aumentando os sentidos do operador por meio do conteúdo digital, trazendo uma sensação de estar imerso na simulação.

Ela, que tem sido objeto de pesquisa desde a sua criação no final dos anos 1980 e início dos anos 1990, sempre teve sua usabilidade questionada principalmente pelos problemas de semelhança com a realidade e altas latências nas respostas. 

A tecnologia surge novamente com melhorias proporcionadas pelo aumento da capacidade de processamento de soluções de hardware que antes eram física e financeiramente inviáveis.

O recente e inovador desenvolvimento das tecnologias de RV deu origem à tecnologia de interação entre o computador e o humano, que permite que usuários reais participem de um mundo virtual reproduzido por computadores. 

Isso destaca a necessidade de simuladores de treinamento baseados em RV que possibilitam treinamentos repetitivos seguros, convenientes e planejados.

Elencamos abaixo, 3 trabalhos já realizados na indústria e que usaram a RV como forma de melhorar a capacitação em plantas industriais.

1 – Manca, Brambilla e Colombo

Pesquisadores do Departamento de Química, Materiais e Engenharia Química da Politécnica de Milano – Itália, realizaram experimentos utilizando realidade aumentada em uma indústria de processamento de produtos químicos. 

O artigo discute os benefícios da integração e interligação de um simulador de processo dinâmico com um simulador de acidente dinâmico, a fim de treinar os operadores para responder eficazmente a situações anormais, permitindo-lhes assim reconhecer e recuperar anomalias ou avarias, especialmente quando estas podem levar a acidentes.

Veja algumas imagens abaixo:

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2 – Lee e colaboradores

Desenvolveram no Departamento de Química e Engenharia Biomolecular da Universidade de Yonsei (Coreia do Sul), um trabalho com RV para treinamento de operadores de postos de abastecimento de hidrogênio. 

O programa consistiu em dois módulos: 

I – Módulo de Experiência de RV – que fornece informações sobre instalações de estações de hidrogênio e equipamentos de segurança 

II – Módulo de Simulação de Cenários de Acidentes – que representa vinte cenários possíveis nas estações de abastecimento de hidrogênio (explosões, vazamentos, incêndios, por exemplo), devido a causas diversas como corrosão, falha do operador ou ainda falha dos equipamentos. 

A ferramenta se mostrou útil para a formação de novos operadores e treinamento dos mais antigos, apoiando o Plano de Resposta à Emergência, bem como os procedimentos padrões operacionais nas estações de abastecimento. 

Veja abaixo:

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3 – Cha, Han, Lee e Choi

Mais um trabalho desenvolvido por pesquisadores coreanos. 

Através da interação entre a RV e estudos em fluido-dinâmica, criaram um simulador para combate a incêndio baseado nas condições físicas do fogo em um sistema de atuação em tempo real. 

Os dados levantados continham informações sobre gases tóxicos e calor, que possuem impacto direto nas respostas à emergência e nas atividades de resgate, proporcionando uma visão mais realista do evento. 

O trabalho ajudou a melhorar o treinamento de combate a incêndio fornecendo conteúdo útil principalmente para bombeiros inexperientes.

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Importante mencionar que todos os trabalhos mostrados nessa seção utilizaram a RV basicamente com 3 objetivos:

  1. Estabelecer as possíveis consequências dos acidentes;
  2. Fornecer maior suporte a decisão de acordo com os cenários elencados nos Planos de Resposta à Emergência;
  3. Melhorar o treinamento das equipes.

As pesquisas mostram como a RV vem sendo amplamente utilizada para treinamento de equipes de emergência, principalmente em eventos com características mais graves como incêndios, explosões e emissões tóxicas.

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Sobre o autor

Paulo Renato Soares

Engenheiro Mecânico e de Segurança, com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e Mestrado em Engenharia de Produção (UFPE). Atua na Gerência de SMS da Refinaria Abreu e Lima (PETROBRAS) em Pernambuco na área de Preparação e Respostas a Emergências.

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