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Manutenção preditiva, preventiva e corretiva: o que um gestor precisa saber?

Sabemos que diante dos cenários encontrados nos chãos de fábrica por aí, a estratégia de manutenção é bem diversificada e, se bem estruturada por normas, segue a matriz de criticidade do parque de ativos para endereçamento das demandas.

Em acréscimo precisamos entender que os cenários são vivos e sensíveis a muitas variáveis e contextos, como por exemplo a pandemia mundial que impactou de modo considerável a tomada de decisão na manutenção nos últimos longos e, quase intermináveis, dois anos.

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Por conta desse grau de exposição, torna-se ainda mais necessária a cultura de revisitar nossos processos:

  • Rever RPN (Risk Priority Number);
  • Checar nossos FMEA’s (Failure Mode and Effects Analysis);
  • Organizar a Pirâmide de Ativos (Criticidade);
  • Criar os Planos de Manutenção, sejam sistemáticos ou atrelados à condição.

Toda essa narrativa nos direciona ao que precisamos saber sobre qual estratégia de manutenção adotar e o que um gestor precisa saber para dar direcionamento ao seu time. 

Esse processo precisa estar sempre vivo, a crítica no bom sentido, precisa seguir uma espécie de PDCA (Plan Do Check Act), no intuito de não deixar que o já citado “manus tenere” escape entre os dedos.

Mas agora eu vou seguir um pouco da irreverência de sempre e dizer que não estamos atravessando o deserto, apesar de termos sempre muitos mares “vermelhos” à frente do time de manutenção e que, certamente nada, está escrito na pedra!

Costumam pichar a pedra da seguinte forma: escolhendo qual o tipo de manutenção ideal – Manutenção Preditiva, Preventiva e Corretiva? 

Manutenção Corretiva – Adotamos para ativos criticidade C, ou seja, os que não impactam segurança, meio ambiente, estabilidade operacional e que em caso de quebra, podem ao som de um bom “sertanejo sofrência” chorar largado pelos cantos das fábricas e instalações;

Manutenção Preventiva – Adotamos para ativos criticidade A e B, seguindo a boa e velha receita de bolo da vovó (fabricante), geralmente escrita lá em 1900 e lá vai bolinha. É o tipo da estratégia “deixa eu garantir e trocar logo antes que quebre”.

Manutenção Preditiva – Adotamos para ativos criticidade A e B, imaginando que conseguimos capturar tendências de falha e certamente nos antecipar perante as quebras, garantindo alta DF (Disponibilidade Física), altos valores de MTBF (Mean Time Between Failure) e baixos valores de MTTR (Mean Time To Repair), uma vez que conseguimos embarcar mais confiabilidade aos ativos.

Mas aí a pedra pichada cai no chão, não é tão resistente assim e acaba se quebrando!

E como diria um colega de outros carnavais:

Puuuuuurrrrr quê? 🤔

Porque não dá pra em pleno final de 2021/ início de 2022, querer obter resultados diferentes fazendo sempre as mesmas coisas (frase bem antiga).

Por mais lindo que seja o discurso e mais bela a teoria, o que se vê por aí é corretiva cortando na alta, materiais sendo descartados sem necessidade em razão das trocas em preventiva, armazéns entupidos de sobressalentes.

Ou o outro extremo (a falta de sobressalentes e um lead time absurdo), além de uma completa falta de vigilância e credibilidade aos dados gerados pelas técnicas de inspeção, sejam sensitivas ou provenientes de monitoramento objetivo e online.

Veja essas dicas para a sua estratégia de manutenção preditiva, preventiva e corretiva ser ainda mais eficiente!

Então em minha forma de pensar a manutenção, fazendo um mix das três estratégias de manutenção, eu diria que devemos fazer o seguinte:

Cuidado com os excessos

Jamais nos esquecer que um alto índice de manutenção corretiva expõe pessoas a risco, eleva os custos de manutenção, mergulha o PCM num incêndio sem fim e compromete a credibilidade de todo o time.

Protagonismo do time

Sempre acreditar no protagonismo dos inspetores de manutenção e empoderá-los de fato como “donos dos equipamentos”. Essas pessoas precisam de voz e respaldo da liderança, bem como de respeito por parte de quem executa o que eles solicitam.

Amor pela empresa

Ter sentimento de dono, independente da criticidade do ativo. Cada vez mais é requerida uma postura diferente da nossa parte. Não dá pra fazer o óbvio quando temos sempre a oportunidade de fazer mais com menos. Ou seja, um pouco mais de capricho e cuidado com todo e qualquer tipo de equipamento não faz mal a ninguém.

Priorização é fundamental 

Ter senso de urgência e saber priorizar as coisas de forma correta, clara, transparente e preferencialmente de maneira consensual. A cultura de se escolher sempre o caminho mais fácil me parece criar discípulos da “corrente elétrica”. 

Para que tenhamos o feeling mais correto e alinhado com o negócio, a manutenção tem que andar junto da operação e entender de uma vez por todas que eles são nossos grandes stakeholders. Não é sobre atender a uma lista de desejos. É sobre andar junto, simples assim!

Participação ativa da equipe

Por fim e nunca menos importante, dar abertura para que as pessoas façam suas contribuições no processo de gestão da manutenção

É muito retrógrado o se apropriar da verdade e esquecer que ao longo dos anos temos convivido com algumas gerações, que consequentemente pensam e funcionam diferente. 

Fato que temos melhorado bastante nesse sentido com o emergir de muitos líderes de mente aberta, mas ainda temos um resquício de clero que insiste na doutrina do caos.

Concluindo ao estilo moderno de liderança inspiradora, eu gostaria de frisar que qualquer estratégia de manutenção só cumpre o seu papel se e, tão somente, a estratégia for desdobrada em todos os níveis e de forma bem lúdica. 

Ainda pecamos muito em comunicação, muito mesmo. Principalmente quando assumimos que ao “passar um e-mail” tiramos do “nosso colo”. 

Nesse mindset não tem nada de nosso, o coletivo precisa ser considerado, empatia é poesia, além de que não devemos sentenciar máquinas e pessoas ao acaso.

Não importa qual a sua estratégia de manutenção.

Importa como você gestor, comunica e faz acontecer a estratégia de manutenção da sua linha de negócio.

Mais importante ainda é se você for corajoso e competente o bastante para propor e liderar as mudanças necessárias!

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Sobre o autor

Rodrigo Lopes

Consultor na área de manutenção, com sólida experiência em gestão e implementação de novas tecnologias. Fortemente conectado com tecnologias de suporte à produtividade, governança e gestão da manutenção de forma geral. Engenheiro de Controle e Automação e pós graduado em Engenharia de Manutenção. Atualmente é Coordenador de PCM na Anglo American.

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